Existem inúmeros métodos anticoncepcionais disponíveis atualmente que variam desde métodos de percepção de fertilidade, medicações, implante e dispositivos intrauterinos (métodos reversíveis) até os métodos definitivos (laqueadura e vasectomia).
A Dra. Dolores Camargo Nishimura (CRM 121.216) explica quais são os métodos anticoncepcionais mais utilizados, como agem, as contraindicações e os efeitos colaterais. Confira!
Métodos anticoncepcionais reversíveis
Entre os métodos reversíveis de longa duração, temos o dispositivo intrauterino (DIU) não hormonal (feito de cobre e cobre e prata), o sistema intrauterino (SIU) hormonal (Mirena e Kyleena) e o Implanon (implante subdérmico). Todos esses métodos são de alta eficácia, com taxa de falha abaixo de 1%.
Todos podem ser colocados em consultório, não afetam a fertilidade e a mulher pode engravidar assim que tirar.
O DIU não contém hormônios. O cobre, presente na estrutura, causa alterações no tecido que reveste a parte interna do útero, do muco e das trompas.
O SIU hormonal age da mesma forma que o DIU, além de liberar o hormônio progesterona no local em um período prolongado.
Em relação aos DIUs e SIUs, as contraindicações são: infecção ginecológica vigente, malformações uterinas e gravidez em curso.
Os DIUs de cobre têm como efeitos colaterais possíveis o aumento de fluxo e de cólicas no período menstrual. Já os SIUs podem causar aumento de oleosidade de pele e cabelos, mamas sensíveis ou sensação de inchaço abdominal, principalmente no início do uso.
O implante subdérmico é a inserção na face interna do braço de um bastão de material sintético do tamanho de um palito de fósforo e tem somente um hormônio, a progesterona. A única contraindicação ao implante é a alergia aos componentes.
Anticoncepcionais de uso típico
Os métodos considerados eficazes com o uso típico, ou seja, que têm uma taxa de falha de 2 a 7%, são os contraceptivos hormonais orais, os injetáveis mensais, o adesivo, o anel vaginal e o método de lactação-amenorreia (LAM).
• Contraceptivos orais
Nos contraceptivos hormonais orais, temos várias apresentações: só com progestágeno, as pílulas combinadas (progestágeno+ estrogênio) de uso contínuo e as pílulas combinadas com pausas.
A pílula de progestágeno e as combinadas de uso contínuo vêm em cartelas com 28 comprimidos e a mulher não fica nenhum período sem tomar o hormônio. Na maioria das vezes, a mulher não irá menstruar. Esse método é indicado para as pacientes que não querem ou, por algum motivo, não podem menstruar. Já as pílulas combinadas, que têm pausas na ingestão de hormônios, permitem que a mulher menstrue mensalmente.
Algumas mulheres têm contraindicações ao uso de hormônios, principalmente o estrogênio. É o caso de mulheres com risco aumentado para trombose, por exemplo. A contraindicação às pílulas somente de progestogênio é o câncer de mama.
Como efeitos colaterais das pílulas, podemos listar: náusea, acne, diminuição de libido e sangramento de escape.
• Contraceptivo injetável
Os contraceptivos injetáveis mensais são injeções com hormônio que a mulher deve tomar sempre no mesmo dia do mês. Têm as mesmas contraindicações dos contraceptivos orais combinados e efeitos colaterais semelhantes.
• Anel vaginal
O anel vaginal é um anel de silicone flexível que a mulher insere dentro da vagina e deixa lá por três semanas, depois retira e fica sem por uma semana.
O anel libera estrogênio e progestágeno na vagina nessas três semanas, impedindo a ovulação.
O método tem as mesmas contraindicações dos contraceptivos orais combinados. Ele pode ter como efeito colateral aumento da secreção vaginal, diminuição de libido e sangramento de escape, mas não tem os efeitos gastrointestinais que podem acontecer quando se utiliza o método oral.
• Adesivo contraceptivo
O adesivo é um contraceptivo hormonal combinado e em forma de adesivo plástico que é aplicado na pele.
Ele libera os hormônios ao longo da semana e deve ser trocado semanalmente, sendo que, na quarta semana, a mulher não o usa.
O adesivo tem as mesmas contraindicações dos contraceptivos orais combinados.
Como efeito colateral, ele pode desencadear alergia no local de aplicação, diminuição de libido e sangramento de escape, mas não tem os efeitos gastrointestinais que podem acontecer quando se utiliza método oral.
• Método de lactação amenorreia
O método de lactação amenorreia consiste em observar se a mulher está sem menstruar no período de amamentação exclusiva. Caso a mulher não tenha voltado a menstruar nesse período pós-parto, a chance de gravidez é pequena, mas não é nula!
A partir do momento que se introduz a alimentação do bebê ou a mulher voltar a menstruar, então deve se utilizar outro método.
Método anticoncepcional de barreira
Por fim, os métodos que são considerados moderadamente efetivos por terem uma taxa de falha acima de 7% são os métodos de barreira: a camisinha masculina e feminina e o diafragma, que não têm nenhum efeito colateral.
Tanto a camisinha masculina quanto a feminina devem ser utilizadas desde o início da relação sexual e ser retiradas imediatamente após o término.
Já o diafragma é colocado antes da relação e é retirado cerca de 12h após a relação sexual. Porém para saber o tamanho adequado, a paciente deve passar em consulta com um profissional que saiba avaliar qual o correto.
Como o próprio nome já diz, esses são métodos de barreira, ou seja, impedem que o espermatozoide entre no útero.
A única contraindicação desses métodos é a alergia ao látex.
Se você pretende usar um entre os diversos métodos anticoncepcionais, além do método de barreira, é importante conversar com a sua ginecologista para entender qual será a melhor opção para seu corpo!
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