A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma das alterações endocrinológicas mais comuns da fase reprodutiva da mulher, que acomete entre 6 e 10% delas. Dra. Ana Paula Portela (CRM 129.044), ginecologista e obstetra da Clínica Mitera, explica que, diferentemente do que podemos concluir pelo nome, o que mais preocupa nessa síndrome é a alteração metabólica que está ocorrendo com essa mulher, sobretudo porque essa desordem poderá gerar implicações futuras para a paciente, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e diabetes.
“A mulher que tem a SOP tem ciclos irregulares, longos e, por vezes, fica meses sem menstruar'', diz Dra. Ana Paula. Hoje, sabemos que as características de ovários cheios de cistos ou de hiperandrogenismo (aumento de pelos com distribuição em rosto, nas mamas e abdome, a obesidade e acne) nem sempre estão presentes nos quadros de SOP".
A Síndrome do Ovário Policístico pode contribuir para o aparecimento da diabetes, das doenças cardiovasculares, do câncer de endométrio, além de aumentar o risco de infertilidade. Mas não fique assustada, ao longo do texto, você verá que é possível diagnosticar e tratar as alterações que aparecem nessa doença.
Como é realizado o diagnóstico?
Para identificar a síndrome do ovário policístico, é necessário realizar o exame clínico com uma boa história a respeito dos ciclos menstruais da paciente, exame físico completo e a solicitação de exames laboratoriais e de imagem.
O diagnóstico é por meio da presença de dois dos três critérios avaliados na síndrome: alteração menstrual, presença de sinais de hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial (presença de características masculinas na distribuição de pelos, acne, pele oleosa, queda de cabelo) e aumento do número de cistos nos ovários (esses critérios podem mudar de acordo com a idade da paciente).
É necessário fazer uma boa avaliação clínica laboratorial para a exclusão de outras doenças que apresentam sinais e sintomas parecidos com o da SOP e diferem no tratamento e acompanhamento.
Existe tratamento para a síndrome do ovário policístico?
A SOP não tem cura, mas seu diagnóstico é importante para que sejam tomados cuidados para prevenir ou diminuir os riscos de doenças futuras.
Ana Paula conta que, de acordo com a necessidade atual da paciente, algumas alternativas podem ser propostas:
✔ Mudança do estilo de vida: esse é o principal e um dos mais importantes tratamentos da síndrome de ovários policísticos (SOP) nas pacientes que cursam com hiperandrogenismo. A perda de peso e a atividade física regular traz não só uma melhora para o padrão metabólico, como diminuirá a concentração de hormônio sexual masculino, aumentará as substâncias que transportam os hormônios sexuais femininos e diminuirá a resistência do organismo a insulina, diminuindo riscos de diabetes e de doenças cardiovasculares.
✔ Anticoncepcional: no caso da SOP, ele servirá para regular o ciclo daquelas mulheres que se incomodam com a irregularidade menstrual, diminuirá a produção de um hormônio chamado LH, que está aumentado na mulher com SOP, o que ajuda no quadro de aumento de hiperandrogenismo. O anticoncepcional poderá ser lançado à mão como um método contraceptivo para aquelas que não querem engravidar no momento. Vale ressaltar que mulheres com SOP não podem ser classificadas como inférteis, pois, apesar de algumas pacientes terem diminuição na fertilidade, outras poderão engravidar sem tratamentos.
✔ Infertilidade: aquelas pacientes que não conseguiram engravidar espontaneamente poderão buscar ajuda do seu ginecologista para alternativas de estímulo de ovulação ou mesmo de um médico especialista em reprodução assistida para que possa encontrar a melhor alternativa para a sua alteração hormonal.
✔ Outras drogas: a depender de cada apresentação da doença, poderemos fazer uso de metformina, espironolactona, acetato de ciproterona. Mas essas medicações serão utilizadas de acordo com a clínica de cada paciente.
Agora que você já sabe tudo sobre a síndrome do ovário policístico, continue acompanhando o blog e as redes sociais da Clínica Mitera para conhecer mais sobre a saúde da mulher!
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